Uma pequena porção do paraíso na Bahia, a Península de Maraú abriga a terceira maior baía do país, a Baía de Camamu, um destino de natureza e de muita festa na alta temporada, principalmente no Réveillon
Nesse post vou focar nas maravilhas naturais que a Península de Maraú tem para oferecer para você e sua família e enumerar um pouco dos principais atrativos da região:
7 dicas para aproveitar sua viagem a Península
1) Piscinas Naturais de Taipu de Fora – dia inteiro
Eu fiquei hospedada na Pousada Lagoa do Cassange, na região da Lagoa de mesmo nome, e fomos para as piscinas naturais em uma Toyota, especialmente preparada para levar os viajantes para os passeios. Fizemos uma parada na Lagoa Azul – que na verdade não é azul – para um banho de água doce com vista para o Farol de Taipu – que curiosamente é uma torre quadrada -, e seguimos para o norte.
Chegamos numa praia vizinha e iniciamos uma caminhada de aproximadamente quarenta minutos por cenários incríveis, até chegarmos nas piscinas naturais de Taipus de Fora.
Aqui nesse passeio é muito importante saber a hora da maré baixa, que é o momento ideal para aproveitar mais. Há várias espécies de peixes coloridos e corais nas águas cristalinas das piscinas. Eles não tem medo dos seres humanos e nadam alegremente entre nossas pernas, e parecem até desfilar quando mergulhamos para apreciar a beleza dos corais.
É um lugar para passar o dia. Tem alguns bares e restaurantes frente ao mar e um mercadinho na rua principal, e na alta temporada (verão), tudo está aberto: lojinhas de roupas, itens de mergulho, souvenirs, hamburgueria, lanchonetes, sorveterias e etc.
Na praia você também consegue alugar equipamentos para mergulhar (snorkeling), para fazer stand-up e encontra escolas de surf .
Recomendo levar dinheiro, pois lá o sinal de telefonia é bem fraco e congestionado e, apesar da maioria dos lugares aceitarem cartões, nem as sempre maquininhas funcionam – eu tive que esperar muito no principal restaurante frente ao mar…
2) Ilha de Pedra Furada – dia inteiro
Saímos do Porto do Jobel de lancha, na Baía de Camamu, e fizemos uma parada no Vilarejo de Cajaíba, onde está o maior estaleiro de barcos de madeira de toda a região. Um pequeno vilarejo, onde todos se conhecem e desde pequeno aprendem o ofício. Aqui chegam as encomendas de barco, em sua maioria para a indústria do turismo.
Mas, até veleiros são construídos por lá. A comunidade não é unida e eles não possuem uma associação formada, todos os construtores são autônomos e a concorrência entre eles é bem grande.
Tem um artesão que faz miniaturas dos barcos de madeira, para quem quiser levar um souvenir.
O curioso é que lá não há engenheiro, não há, na maioria dos casos, nem sequer um projeto. Os construtores fazem tudo com sua experiência adquirida de gerações antigas e repassadas adiante e garantem que o barco dura vinte anos sem grandes manutenções.
A madeira mais utilizada atualmente, segundo o Rodrigo, construtor local, é a jaqueira, facilmente encontrada na região.
A próxima parada foi a pequena Ilha da Pedra Furada. Ela é uma propriedade particular, paguei R$ 5,00 para ter acesso. Tem um banheiro e dizem que o nome da ilha pode ter surgido em razão das enormes rochas que foram moldadas pelo mar, ou por causa das pedras presentes em toda a ilha, que são furadinhas.
A Ilha é linda, pequena, um mini bioma da região com coqueiros, um pouco de mata atlântica, ingazeiro, mangueira, bromélia e uma espécie de manguezal com suas raízes aéreas. Há muitos pássaros, peixes pequenos nas prainhas arenosas e ouriços do mar. A água da baía tem um lindo colorido para a alegria dos viajantes que adoram registrar esse atrativo.
Como ela é muito pequena, não vá aos sábados e domingos ou em dias mais cheios, porque corre o risco de não vai aproveitar e nem de conseguir uma boa foto!
Lá também tem uma mini praia com argila natural para as crianças se entreterem.
Depois de conhecer a ilha, uma boa parada para almoço é no Sapinho, já preparado com boa estrutura para receber centenas de turistas famintos, e que oferece um bom prato feito.
Em frente, na Ilha do Goió, paramos para uma siesta e um banho de “mar” nas águas calmas da baía.
3) Cachoeira do Tremembé
Saímos de lancha do mesmo Porto do Jobel para conhecer a Cachoeira do Tremembé, na maré alta, e passamos no meio de um magnífico manguezal, onde se via claramente a diferença entre o mangue vermelho, com folhas mais escuras e as raízes saem da ponta dos galhos, e o mangue branco, caracterizado pelas folhas mais claras e as raízes que saem dos troncos. Muitos tipos de caranguejos habitam a região: aratu, mais vermelho, delicioso e “afrodisíaco”, e o caranguejo de mangue mais comum.
A cachoeira é linda, e a lancha consegue chegar embaixo dela se você quiser. Foi meu banho de cachoeira mais quente da vida, mesmo indo no inverno, afinal, estamos na Bahia!
A dica aqui é aproveitar as piscinas naturais, se você subir com cuidado as pedras do Rio Arau, mas atenção: vá com seu guia contratado, pois lá já existem algumas pessoas que te ajudam a subir e depois te cobram pelo serviço de “guia local”… uma espécie de flanelinha de São Paulo :-0.
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4) Lagoa do Cassange
Dependendo da época, a principal Lagoa da região pode baixar bastante seu nível de água, ficando muito rasa. Então cheque antes de visitar.
Aqui você terá um dos mais lindos pôr do sol de toda a região, a dica é parar na Pousada do Cassange, que fica em frente ao mar, onde você pode almoçar, tomar uma caipirinha e andar 200 metros em direção à Lagoa. Lá, é possível alugar caiaques e stand-up com Marrua Esportes de Natureza.
5) Ponta do Mutá
No extremo norte da Península de Maraú, a Ponta de Mutá é famosa também por seu pôr do sol, bom para ficar sentado em um barzinho, contemplando o entardecer.
6) Barra Grande
Uma vila que, para quem está nesse paraíso natural, pode parecer uma metrópole, pois concentra muitas lojinhas, uma pracinha sempre animada e com música. Possui um centro organizado, muitos eventos festivos acontecem por lá.
Um pouco de ambiente urbano para quem precisa comprar souvenires, ir a um mercado maior, farmácia e etc.
7) Agrofloresta e Açaí Orgânico com Banana do Sítio do Outeiro
Esse lindo pedaço de Mata Atlântica fica próximo da praia de Algodões. Aqui, vive um casal especial: Marisa e Márcio. Eles se mudaram do Rio de Janeiro para a Península de Maraú há 16 anos e possuem um sítio onde praticam a atividade agroflorestal.
Felizmente, abrem as portas para alguns viajantes acompanhados por guias especializados, e ensinam como conservar a região através da Agrofloresta, preservando as espécies nativas e cultivando flores e alimentos sem utilizar nenhum agrotóxico.
O Márcio, o proprietário, é um senhor muito simpático e ele mesmo adora receber os visitantes e percorre a pé uma trilha pela mata enquanto vai explicando todo o processo da Agrofloresta, sobre plantio, tipos de flores, vegetação e, o melhor, com ele aprendemos todo o processo de cultivo, colheita e de como é feito o açaí orgânico e muito mais.
Depois do rolê na mata, a Marisa, sua esposa, prepara um delicioso açaí orgânico com banana da terra. Sem açúcar. E delicioso! A banana adoça naturalmente o açaí e esse foi o melhor que comi na minha vida. Acha que estou mentindo?
Pergunte para o Nando, meu filho, que é viciado em açaí, como quase todos os dias o industrializado aqui em São Paulo, mas também amou o açaí orgânico e sem açúcar!
Atividades na Península de Maraú
Além dos pontos turísticos já citados, é possível praticar muitos outros esportes nessa região, como por exemplo pedalar nas praias, andar de caiaque, de stand-up na lagoa, surf, mergulho com snorkel entre outras aventuras.
Como Chegar:
Aeroporto de Ilhéus
Transfer de 2 a 3 horas, dependendo das condições da BR 030, de terra e sempre muito esburacada. No período da chuva, que pode começar em abril e seguir por todo inverno, o caminho pode ser desconfortável para quem tem problemas nas costas.
Onde ficar e comer
Eu fiquei na Pousada Lagoa do Cassange, perto da Lagoa com o mesmo nome. Os proprietários têm uma preocupação ímpar na região com o desenvolvimento socioeconômico da região e isso para mim faz toda a diferença.
Há também outras pousadas ali na região, na Praia de Algodões. Perto das Piscinas Naturais, a Pousada Taipus de Fora é também pé-na-areia e foi recentemente remodelada, tem até rio com pirarucu!
Experiências gastronômicas não são abundantes: tem o Anna Banana,em Saquaíra, da Pousada Butterfly House, o DA20 Gastronomia & Arte, com produtos orgânicos, e o restaurante da Pousada Lá em Casa Guest House, um pouco mais refinado.
Dicas Ana K:
– A estrada de acesso a Maraú às vezes fica intransitável em períodos de chuva. Informe-se antes e, conforme o caso, há uma maneira de chegar de lancha, partindo de Camamu.
– Aproveite e coma a comida local: camarões frescos, verduras, frutas regionais.
– Também incentive a economia da região comprando lembranças feitas por artesãos locais. Mas cuidado: não compre nada que possa ser proveniente de desmatamento ou práticas que possam degradar o meio ambiente, como corais e artigos feitos com madeiras sem manejo sustentável.
– Atenção à época permitida para os peixes, lagostas e crustáceos. NÃO coma peixes e frutos do mar frescos que não estejam em época de pesca.
– Muita chuva no inverno e chuvas esparsas no verão. Leve um corta vento fininho para garantir. Lembrando que nos passeios de lanchas você pode se molhar e também passar um pouco de frio com o vento depois de um banho de mar ou cachoeira!
Veja também: conheça a pérola do litoral de Santa Catarina, Balneário Camboriú
E assista ao vídeo sobre Maraú no meu blog para ver as incríveis paisagens da região!
https://youtu.be/q5uvw-OpdwQ